Dona de Casa

(2014)

A peça Dona de Casa permite-nos aceder ao universo de uma mulher solitária, que todos os dias aguarda o seu marido depois de resolver todas as suas tarefas domésticas, entregando-se a um exercício de espera, preenchendo e expondo o seu imaginário de sonhos, medos e fantasias, mergulhando e permitindo ao espetador aceder ao seu íntimo. Esta mulher é dona de casa, só é dona de casa, ainda é dona de casa. Apesar de tudo é dona de casa. Ela poderia muita coisa mas a casa sobrepôs-se e ela ficou no seu lugar, em casa. Só que a casa torna-se lugar de enunciação, e esta mulher fala a partir da sua relação com esse lugar, iluminando assim a sua posição na ordenação das sociedades. Ela não o esconde, não o lamenta, antes o traz à luz, revelando-lhe as relações, ou melhor, os seus limites: “Só com essa batata é que ela tem uma relação./ A batata espera alguma coisa dela. / Ela tem planos para a batata”. É preciso alguém que tenha planos para a batata.

Texto Esther Gerritsen Encenação e interpretação Raquel Castro Tradução Raquel Castro e Pedro Gil Cenografia José Capela Sonoplastia Pedro Costa Produção Executiva Ana Oliveira Apoio à dramaturgia Ana Bigotte Vieira Apoio à criação Pedro Gil Desenho de luz Miguel Cruz Residência Artística Espaço do Tempo Apoio Fundação Calouste Gulbenkian no âmbito do Concurso de Apoio à Criação em cinema, teatro e dança – 2014, Largo Residências Coprodução Barba Azul (Razões Pessoais), Galeria Zé dos Bois

Estreia 21 de junho de 2014 na Galeria Zé dos Bois -Negócio